Quando me deparei com a trend “chamei minha versão mais nova para um café” eu fiquei absolutamente apaixonada.
Eu escrevo cartas pra minha eu-do-futuro desde os 14 anos e, sempre que as encontro, respondo à Bia-que-mandou.
Entre meus infinitos registros escritos, fotos e contato com todas as versões passadas de mim, seria facílimo criar meu encontro fora do tempo.
Mas eu não quis.
A principio não conseguia explicar o motivo e cheguei a pensar que era por não ter nada de novo pra contar pra Bia-anterior nenhuma.
Claro, eu podia falar pra de 21 que voltamos mesmo pra Grécia.
Ou pra de 18 que não bebemos mais em festas.
Ou pra de 13 que finalmente temos nosso coturno e nossa calça de oncinha.
Podia falar pra todas elas que não temos mais depressão e que a vida fica, sinceramente, cada dia melhor.
Mas pra entrar na trend do meu jeitinho, com direito à fotos e precisão de como seria a Bia convidada, eu precisaria dar um rolê por essas lembranças todas…
E, pela primeira vez, eu não quero revisitar o passado.
Essa percepção é uma surpresa imensa pra mim, porque eu sempre fui nostálgica e amante de reviver a minha história. Mesmo os momentos doloridos e desafiadores, sempre me encantou resgatar o que vivi.
Agora, meu brilho nos olhos é por tudo o que estou vivendo. Criando. Sendo.
Pelo meu presente mágico e pelo futuro ainda mais fantástico que estou construindo.
Talvez isso seja sinal de que finalmente integrei tanto a Bia-Criança, que agora não preciso evocar memórias pra encontrá-la, basta me olhar no espelho: o brilho refletido nos meus olhos, é dela. Do seu olhar maravilhado pro mundo, que agora é o nosso, acrescido de tudo o que aprendemos, transformamos e nos tornamos.
Não preciso contar pra minha pré-adolescente de como vivemos a nossa versão preferida neste final de semana, porque ela estava lá comigo, realizada de fazer algo que há anos queria e que, mesmo tão simples, parecia tão distante.
Eu honro muito o meu passado e todas as Bias que precisaram existir pra que a de hoje esteja aqui.
Mas não tem forma mais sincera de agradecimento, do que desfrutar genuinamente o presente.
E, por cada uma delas, com seus copos de Chocolate do Padre, água e cerveja, eu levanto o meu de café em um brinde e dou um gole - que todas nós tomamos juntas.
Antes de ir, uma Beleza Cotidiana & um Convite
Sábado eu fui com a família da minha prima pra uma festa que há aaaaanos eu tinha vontade de ir, principalmente com ELAS.
Entre músicas dos anos 80 e 90, eu passei a madrugada inteira pulando, cantando, dançando e me divertindo sem preocupação nenhuma, cercada só de mulheres que, mesmo não tendo meu sangue em sua maioria, são minha família e referência desde pequena.
Aqui vou precisar sim acionar um tantinho de passado, a título de contextualizar a felicidade que eu senti: essas minhas tias são o oposto da minha família materna e existia até a brincadeira em casa, a depender da roupa que eu pedisse de presente pra minha mãe (sem sucesso, por sinal) ou da minha braveza, que eu era filha da Agueda - mãe da minha prima e mulher que, de fato, eu sempre admirei.
Com ela e suas irmãs eu sempre dividi o jeito de falar alto, o amor por festa, musica anos 80 e roupas chamativas.
E estar pela primeira vez só entre elas foi… tudo.
Para somar à magia, existiu a beleza sutil de a festa ser no dia em que completava um ano da morte da mãe delas. Um ano depois de unirmos em amor e dor, transformávamos esse luto em homenagem, com amor e sorrisos.
Esse final de semana (que se estendeu em uma noite virada, seguida de uma manhã no parque com dois amigos e almoço com outra) me provou mais do que nunca que a vida pode - e deve - ser deliciosa, independente da nossa idade, situação atual e contexto externo. Que há sempre espaço, se escolhermos criá-lo, pra leveza, pra risada, pro amor e para as memórias criadas e compartilhadas.
O que me leva ao convite:
se você também sente que a vida pode ser MAIS (especialmente mais gostosa no dia a dia comum), mas você não sabe como encaixar a pecinha que falta, o Nodo Norte é o seu guia e o seu espaço seguro para sonhar grande, viver leve e criar magia no cotidiano.
Te espero lá!
E um convite extra: se o que você busca é uma ajuda mais específica, seja para traçar um plano eficiente (e gostoso no processo) até o seu objetivo de 2025 ou para ter clareza de qual é essa prioridade, tenho uma última vaga pra sessão Destrave Seus Sonhos para Fevereiro e duas para Março.
Se quiser mais informações, me chama aqui
Te desejo dias deliciosos e bem vividos
até semana que vem!
Bê
PS.: Outra coisa que me ocorreu depois sobre minha noite de Sábado, é: que potente e significativo estar ali com mulheres de 60+ anos, casadas, porém sozinhas com suas roupas lindas e características, dançando (até o chão, inclusive) a noite inteira sem nem olhar o celular, cuidar de alguém, dar satisfação ou se preocupar com nada. Mais ainda, ao lado da esposa da minha prima.
Quanta cura e quanta revolução existem por trás de algo aparentemente tão banal…